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Foto do escritorKatia Carreira

Reconhecer a vulnerabilidade que nos habita é um caminho para nos fortalecermos

Estamos sendo convidados a olhar para dentro de si e refletir diante da nossa sociedade. Nos faz perguntar: Para qual caminho estamos indo? O que mais está me afetando enquanto indivíduo? Nem sempre há uma resposta de imediato, estamosno momento de viver e experienciar esses questionamentos. Para analisar e compreender será em um segundo momento.


Existe a possibilidade de viver a pandemia e viver na pandemia. Dois estados que se oscilam frente as nossas incertezas e esperanças. (Con)viver com as frequentes notícias e questionamento sobre o valor da vida humana. Sabemos que isso tudo vai passar, mas não sabemos quando e nem como. Das poucas certeza que temos em tempos tão incertos, sabemos que o ser humano é vulnerável e não existe sozinho.


Não há saída individual!


Todos estamos diante da mesma ameaça. Isso nos iguala? Acredito que não, pois vivemos em realidades e subjetividades únicas. Mas nos faz pensar nós quanto humanidade. Em um mundo tão globalizado, não enxergamos o essencial que são os laços afetivos.

Os problemas que mais nos amedronta já existia: aumento da miséria, massacre da população indígena, destruição do meio ambiente, medo da fome e o isolamento social do idoso. Condiçoes que já existiam de modo velado.


A partir do momento que este vítuso ameaça o nosso narcisismo, podemos ter um sentimento mais próximo sobre essas populações, que não estavam sendo escutados.

Em Introdução ao narcisismo, Freud (1914) aponta que somos constituídos como ser humano a partir da relação com o outro. Os laços sociais nos (tras)forma e por meio dele nos (re)inventamos em nossa existência. A pandemia nos lembra dessa fato, precisamos ajustar e estreitar os laços. Criar novas formar de estar com o outro, pois cuidar de si implica em reconhecer o outro como semelhante


O coletivo faz parte do seu narcisismo...


É outro fato de que não há grupo de risco, pois todos estamos em risco: existe pessoas apresentam um risco aumentando. Cuidemos delas!


Freud em Psicologia das massas e análise do Eu (1921) aborda que se ocupar do individual inclui a lógica coletiva, dado que não existe sujeito sem a passagem pela linguagem. Nesse texto, Freud estava em reflexão diante da destruição da Europa, provocada pela Segunda Guerra. Estava preocupado com o fanatismo aos líderes e que o efeito de massa pode provocar e mover guerras.

O fanatismo seria um segundo vírus da nossa população brasileira, negando vidas e possibilidades de criarmos uma coletividade. O estado de guerra não precisa existir se nos reconhecemos como semelhantes.


Convido você a pensar nas implicações individuais e coletivas que este momento representa pra você!


Não estamos no mesmo barco, mas de baixo da mesma tempestade


Referências:

Freud, S. Psicologia de grupo e análise do ego. In S. Freud,Edição standard brasileira das obras completas(J. Salomão, trad., vol. 18, pp. 89-179). Rio de Janeiro: Imago. (Trabalho original publicado em 1921)

Freud. S. Escritos sobre a Psicologia do Inconsciente (Vol. 1, pp. 95-131). (L. A. Hans, Trad.). Rio de Janeiro: Imago. (Originalmente publicado em 1914).


Psicóloga Katia Carreira

CRP: 08/25641

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